A graça da falta de graça está mesmo é na falta de entendimento, por mais obscuro e absurdo que isso possa parecer. Há uma certa agonia temerosa, medrosa, em não saber a cena do próximo capítulo; a resposta da entrevista tão sonhada; em não saber se o amor é de fato correspondido; em ter certeza, enfim, de que não há certeza de nada.
A isso, pode-se chamar ironia da vida. A bela e poderosa ironia. Veja bem, não disse que é ruim ou bom. E acaso ambos existem? Existe bem e mal? Certo e errado? É a forma de ver que muda tudo ou nada muda. Apenas isso, creio eu. E cada resposta cabe e tem sua verdade dentro de seu contexto todo particular de ser. Tão simples e tão deliciosamente complexo.
Para este caso, a ironia segue como uma forma apenas leve e graciosa de dizer algo que talvez traga uma perturbação bem necessária: não há absolutamente nada que possa ser controlado, em momento algum. Nada. Se por um lado é irônico, e talvez aperte o peito, por outro é totalmente libertador!
Veja, se não há controle e serei salva apenas pela entrega ao fluxo da vida, a crer no que não vejo, me sobra muito tempo, disposição e energia para cuidar com todo zelo do que sou (que, afinal, honestamente, é a parte que me cabe). Ao me livrar do peso do controle, tenho passo livre para o mergulho em mim, para conhecer o amor que me habita. Isso não é ótimo? Talvez seja, se houver coragem, ousadia, determinação e um pouco de loucura sã. No mais, talvez bata um desespero bem comum e normalzinho, nada demais. E, nesse momento de desespero, a angústia tenta sua última cartada de aprisionamento e manda: será que você é capaz? Como saber, afinal? E sou acometida por uma alegria inventiva que vem sei lá de onde e respondo: eu sou capaz porque escolho ser capaz. Encerro aí a discussão com a viúva negra, transmuto o desespero e me jogo de volta nos braços da vida. Sigo bailando. Eu aprendi, finalmente, e dar esse passo é incrível! Sorrio satisfeita de não sei o quê. Me alegro com a possibilidade de talvez alguma coisa. Sei lá, não importa. Estou leve, sigo apenas.
Apenas? Sorrio novamente e me dou conta: esse apenas é tudo o que tenho, é tanto, grande e me basta. Ao mergulhar no que realmente sou, me descubro mais simples do que imaginava, mais forte do que achava que fosse, mais feliz do que sequer poderia imaginar. Querer mais o quê? A vida está toda aí, radiante, como brincadeira de roda de criança. Alinhada na medida certa, dentro do incerto mais eloquente, de felicidade única, do tudo que sou, tenho e aconteço.
Continuo absolutamente mergulhada, nada mais me tira daí. Nada. A tranquilidade de meu olhar vem muito desse estado de ser. Águas escuras, claras, tantas descobertas. A constância de não saber me seduz, desperta. E eu sigo. Sinto que estou cada vez mais perto de minha verdadeira essência e é tudo que sei. É só o que preciso saber. Minha alma canta a serenidade de quem vai ao próprio encontro, como canto de sereia. Sigo. Nada sei, tudo me é dito, protegido e abençoado. É isso e é só.
Parabéns pelo mergulho.Me orgulho.
Muito, muito obrigada, minha mãe!! Amo você!
Mergulho profundo,salutar,verdadeiro . Compartilhar tudo isso é necessário,é uma missão. Cade o Livro Pô.
Super obrigada por entender e abençoar minha missão, meu pai!! O livro sairá em breve!rs Amo você!
Amiga linda, suas palavras sempre me tiram o fôlego! E, depois de ler este seu texto, percebo que, ao perder o fôlego, eu respiro mais profundamente porque me encontro mergulhando com você!
Lindas palavras, minha amiga querida!! Gratidão por tudo e, em especial, por mergulharmos juntas!!! Grande beijo!