E então? Tudo pronto para a virada do ano? Qual é o seu jeito?
Lista de ingredientes. Lista de compras. Lista de desejos. Reservas em pousadas. Aluguel de apartamento na enseada. Congestionamento nas estradas. Crianças impacientes. Shopping centers lotados. Disputa por vagas nos estacionamentos. Disputa pelo último peru no supermercado.
Reencontros em família. Receitas exclusivas das avós. Cravos que enfeitam os pratos. A mistura do doce com o salgado, na mesma garfada. As sementes de romã, contadas e embaladas. Os pulos nas ondas do mar. A cueca amarela. A calcinha vermelha.
O que pode? O que não pode? O sorriso é natural? As fotos são espontâneas? A convivência é pacífica? Você vai porque você quer? Você vai porque você deve? Quando acaba, você lamenta ou sente-se aliviado? Você se embriaga ou fica sóbrio? Pode passar em casa sozinho? Seria politicamente correto?
Alguns dizem que é natural guardar o natal para a família e a virada do ano para os amigos. Outros dividem sua presença entre casa dos pais de um cônjuge e casa dos pais do outro cônjuge.
Afinal, qual é a sua receita para a virada? Você segue alguma ou você cria a sua própria?
Seja qual for o seu modo de comemorar o Réveillon, trata-se de uma comemoração de final de um ciclo e começo de outro. E, mesmo que você não goste desse ritual nem dessa simbologia toda, será envolvido, inevitavelmente, por suas implicações: atualização de calendários, de datas em cheques, em documentos, em telas de computadores e Smartfones.
Nossas vidas são marcadas por ciclos contínuos. E, a comemoração do ano novo está presente seja em qual for a cultura: judaica (entre setembro e outubro); islâmica (entre setembro e dezembro); tailandesa (entre 13 e 15 abril); etíope (entre 11 e 12 de setembro); cambojana (entre 13 e 14 de abril); indiana (em Karnataka: entre março e abril). Leia mais em: http://seuhistory.com/noticias/conheca-diferentes-datas-de-comemoracao-de-ano-novo-ao-redor-do-mundo.
Quando fazemos parte de determinada sociedade, acabamos, de certa forma, sendo levados a cultuar determinadas celebrações quase que automaticamente. E, quando resistimos e queremos fazer algo diferente, não é raro sermos cobrados ou discriminados.
Se, em seu grupo de convivência, for normal viajar com os amigos para comemorar o Réveillon, poderá “pegar mal” se você ficar na companhia de seus pais. Se o normal for levar seus filhos à casa dos avós paternos, você pode entrar “numa fria” se preferir levá-los para o clube. E, se o normal for reunir-se com parentes de longe, você fará “papel de louco” se preferir ficar em casa organizando a gavetas de suas meias.
Compreensível, quando consideramos que esses preceitos sociais sejam normais: isto é, transformados em normas que devem ser obedecidas. Só que não!
Até que ponto faz sentido, em sua vida, manter todos os rituais que você vem mantendo nos últimos anos (ou desde que se conhece por gente)? Se a sua resposta for: “Faz todo o sentido”, eu diria: “Meus parabéns!” – e, ao mesmo tempo, eu perguntaria “Tem certeza…?”
Você pode achar que eu esteja “importunando quem está quieto”. Mas, qual é o papel de uma reflexão se não usarmos de “cutucões na alma”?
Talvez você prefira, sinceramente, jogar-se no sofá de sua casa e ficar folheando revistas dos anos 90. Ou, quem sabe, ir para o seu sítio e ficar tosando os cachorros do caseiro. E, por que não, ficar picotando extratos bancários de 10 anos de idade.
Está bem! Dei uma exagerada, mas o que importa? Você fica sem graça, no primeiro dia de trabalho, quando te perguntam: “Como foi o seu Réveillon”?
Afinal, quem determina seus prazeres na vida? Ser genuíno deveria realmente ser motivo de escárnio?
Que tal, neste final de ano, preparar uma virada à sua moda?
Adorei!!!
Alôu, Cione! Obrigada, meu bem!