A chaleira estava pronta para despejar a cidreira de costume na caneca cansada e, por vezes, irritante. Chá é coisa séria para aqueles que gostam de pequenos rituais particulares. Assim como os rituais particulares de cada um, existe o mundo de dentro de cada um. Inacessível, secreto, profundo ou não, repleto de incertezas, medos, traumas, dúvidas, neuras, forças, Luz, Sombras, otimismo, alegria, sanidade e também a falta dela. Somos muito e somos tudo. Acontece que os significados de dentro vêm em formato de enigmas grandiosos, bilhetes simples, charadas irônicas ou melodias angelicais. Vem em cada momento exatamente da maneira como conseguiremos compreender, aprender e crescer. Cada tempo, uma mensagem. Cada mensagem, uma descoberta. Cada descoberta, um pedacinho a mais da evolução. E não tem fim. Pense?
Se cada um tem tudo isso para cuidar, talvez seja mesmo um grande mistério o fato de muita gente ter tempo sobrando para cuidar de tantas outras vidas que não seja a sua própria. Incrível, não? Essas pessoas devem ser mesmo muito especiais, dotadas de uma destreza sem igual de autoconhecimento e conhecimento da alma humana, não? A ironia aqui, talvez seja a única forma educada encontrada de demonstrar tamanha indignação pelos senhores da verdade. A hipocrisia inunda o ambiente em cada palavra, gesto ou silêncio por arrogância. Gera uma preguiça tão descabida, que talvez o sarcasmo também possa ajudar a observar isso tudo, bem de longe e em paz.
Pode ser um grande equívoco, mas um bom humor ácido também protege e ajuda a criar uma distância saudável da toxicidade de ações, atitudes e pessoas como essas. Julgamento sim, já que é inerente quando se é humano. Pelo menos é descarado, transparente, corajoso, franco. É o que se sente, nada mais, nem demais.
Saco cheio de gente, talvez defina melhor. Quanto mais me aprofundo na alma humana, mais venero meus cachorros. A pureza amorosa canina realmente é invejável. Agora entendo tanto Alexandre Herculano quanto Blaise Pascal…
Não me entenda mal. Eu até gosto de gente, mas amo mesmo os cachorros.
É isso e é só.
Dani, aceitação. Aceitar com compaixão o outro. Sou assim? Não, mas é o caminho. Nos vermos, escutarmos o outro, o outro também em nós. Dizer que os outros são esses senhores também não é julgar com uma verdade própria? :) No fundo, qual a verdade que carregamos? Mais, se essa verdade nos acolhe, está em nós, nos define, porque não lutar por ela, querer mostrá-la, querer que ela seja única, assim como nós? Sim, sim, verdades mudam, verdades são fruto da visão de mundo e lá temos uma visão unificada, mesmo uma possível visão baseada nos valores mais caros e simples? Quais valores? Se eu te disser será parte da minha verdade e não quero deixá-la escrita agora, deixo-a aqui, flutuando entre a minha luz e sombra. Um ótimo dia.
Jaylei querido!! Que saudades eu estava das suas palavras! Sim! Com certeza isso também é julgamento, talvez aí também more a ironia do texto!rsrs Julgamento é inerente ao ser humano. Acho que o que vale é reconhecer que se julga, com franqueza, e trabalhar constantemente nisso. Acredito nisso, existem mil verdades e todas devem ser respeitadas. Some não, você faz falta!rs Tenha um ótimo dia! Grande abraço!!
Olá, Jaylei! Exato! Aceitar e respeitar a si mesmo e ao outro como é. Cada qual com seus valores, suas crenças e suas verdades. É isso! Grande abraço!
Adoro ser chamado de querido! Dá uma sensação de pertencimento ou melhor, de acolhimento. :) Agora, me chamaria de querido se eu questionasse o que vc escreve de forma prepotente ou achando bobagem as suas reflexões e divagações? Se eu desmerecesse essa sua verdade aqui expressa? Me trataria com ironia? Mas isso tbm não seria me desmerecer? Como tratamos esse inimigo, que pode, na verdade, estar em nós? Hmmmm Dei a dica, não? Agora, deveríamos andar pela vida como um rio, nos moldando aos ambientes, mudando as nossas verdades, ou sendo o rio que, apenas passa ou o rio que até pode alargar as suas margens para abraçar e aceitar as verdades dos outros ainda que sejam repletas de violência, arrogância, desânimo, mas nem por isso deixará de ser o "mesmo" rio? Fique bem!