A ancestralidade reside em nós de diferentes, e muitas, formas e conexões.
Fomos queimadas por sabermos a guiança do que é a vida, por revelarmos como funciona o Universo, por termos o dom do amor e da cura. Então nos calamos para sobreviver.
O patriarcado, cafona, machista e opressor, quis nos engolir, achou que poderia nos comandar. Fingimos que isso era possível, por amor e desespero, por sobrevivência e medo, por empatia e condescendência na medida exata para tomarmos fôlego.
Deusas que somos, nunca deixamos de exercer nosso papel no mundo, por amor e por necessidade, mas caladas e, por muito tempo, escondidas. Somos o portal da vida. Nada existiria sem o amor da presença do que somos e estabelecemos como vida.
Nossas ervas e sabedoria, nosso conhecimento, intuição, poder psíquico e nossa cura, tudo isso nunca deixou de funcionar. Esse é o verdadeiro sistema. Sem ele, nenhum de vocês estaria aqui hoje.
Somos a natureza, a Mãe Gaia, somos o ar que todos respiram. E somos muitas. Mas hoje, decretamos o fim do nosso silêncio. Chegou o tempo de nos reconectarmos ao que deixamos adormecer por necessidade de sobrevivência, de tomarmos posse de quem somos de fato.
Estamos tomando nosso lugar de volta no Universo, com muita alegria, dança e magia. Nunca por competição, meus queridos, mas por amor. Sem nossa sabedoria e cura, vocês não sobreviveriam mais daqui para frente.
Nossos caldeirões estão a todo vapor, nossas mãos e corações mais unidos do que nunca. Podem ouvir nossas gargalhadas de cura, dançando sob as Luas? Conseguem nos sentir dançando a música da criação em sua mais plena melodia? Sentem o cheiro das ervas? Conseguem sentir o fluir da energia vital, cada vez que plantamos nossa Lua? Sentem a cura amorosa invadir vocês?
Somos muitas em uma só. Cada uma de nós carrega o dom de ser feiticeira, bruxa anciã, donzela, mãe. A Lua do céu e nossas Luas conversam e fazem tudo se mover numa sintonia toda particular de perfeição do que parece imperfeito.
Nosso sangue é vida que flui, justamente porque é ciclo de morte e renascimento, que renova, fortalece e aprimora o amor, a esperança, a intuição, a cura.
Vocês ainda acham que nos matam, mas nós não morremos. Nossa energia transcende, permanece e protege as demais. Voltamos para ocupar nosso lugar no mundo e para mostrar qual é o lugar de vocês, a fim de, finalmente, permitir que a roda da vida flua com magia e paz. E acreditem, esse é um segredo que foi revelado somente a nós.
Paz e bem a todos. O sagrado feminino está novamente escancarado, comemorem! Que recomece o matriarcado.
É isso e nunca será só!
E lá vem ela! UAU! Gosto de tanta coisa no teu texto que escrever é pouco, aliás, é sempre pouco. Daniela Vitor tinha que vir para a Floripa ou eu para onde ela estivesse. É que me fazem falta os encontros, sabe? Conversa, olhares, tons, sons, que a pandemia levou...Mas, assim, como a força que tuas palavras exibem, daqui a pouco retornam! "Nossos caldeirões estão a todo vapor!" Hoje, sonhei com mulheres. Minha madrinha, uma lágrima parada no tempo e em seu rosto sempre com sorriso, uma amiga querida, mãe e sensualíssima e uma professora excepcional, poderosa e inspiradora. E veio o seu texto! "Somos muitas em uma só. Cada uma de nós carrega o dom de ser feiticeira, bruxa anciã, donzela, mãe." Daniela Vitor, que a força de Gaia e de tudo que é interligado te guie, as guiem, e por tabela, nos guiem, curem, cuidem. Bom te ler! Ótimo dia!
Jaylei querido! É sempre uma honra ler comentários lindos como os seus! Confesso que fiquei muito emocionada e grata! Sobre Floripa e encontros para trocarmos ideia, seria ótimo, vamos marcar! Só precisamos que a pandemia acabe...rs É muito gratificante ver um homem falar do sagrado feminino com tanta doçura. Agradeço de todo coração! Que a luz de Gaia proteja a todos nós! Grande beijo!