Se eu pudesse gritar, eu sopraria
Se eu pudesse respirar, eu engoliria
Se eu pudesse voar, eu mergulharia
Se eu pudesse correr, eu ficaria
Se eu pudesse enxergar, eu calaria
Se eu pudesse tocar, eu cuspiria
Se eu pudesse ouvir, eu seguiria
Se eu pudesse cheirar, eu saberia
Se eu pudesse levantar, eu dormiria
Se eu pudesse amar, eu desapareceria
Porque, ao ouvir, eu voo
Ao tocar, eu calo
Ao respirar, eu grito
Ao ficar, eu sigo
Ao cheirar, eu mergulho
Ao levantar, eu desapareço
Ao cuspir, eu respiro
Ao dormir, eu corro
Ao engolir, eu levanto
Ao amar, eu vejo
Eu voo para o nada
Eu toco o cheiro
Eu respiro a água
Eu desapareço no invisível
Eu mergulho no pranto
Eu levanto do ar
Eu sigo o amanhã
Eu engulo o sono
Eu vejo o que sei
Eu grito para o amor
E assim, o branco esfumaça
A certeza esvanece
O olhar resvala
A fonte infiltra-se
A razão claudica
E, onde acaba?
Logo no início.
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Foto: Arthur Castro
Onde acaba? Logo no início! huahuahuahua Desenha pra mim? "Se eu pudesse amar, eu desapareceria." Como assim? Vai pra onde? O amor não liberta? Como vou, quem sabe um dia, conhecer a Carla? Só poderei conhecer a Carla que não ama, pois a outra escafedeu-se? kkkkkk Olha, ainda estou na poesia, lá por dentro dela, viu? "E assim, o branco esfumaça" Isso assim mesmo, esfumaçado. Bj.
Ual, Jaylei! Acho que você realmente entrou no labirinto proposto pelo texto. E sei que as sensações dessa viagem são particulares e não "compartilháveis"...