São trinta e oito primaveras de tudo de melhor que o Universo sempre me proporcionou. Diferentemente de muitas pessoas, adoro comemorar aniversários. Aliás, para mim, comemorar é uma forma de agradecer. Não só a data de nascimento, penso que tudo merece ser comemorado. Veja, cheguei numa fase da vida em que sinto que absolutamente tudo é mesmo bom. Disse que sinto porque sempre pensei dessa forma, mas somente hoje realmente sinto. Entendo isso como uma forma mais ampla de enxergar as coisas. Existem dores, questões a serem resolvidas, desentendimentos etc. Eu sei. O que quero dizer é que aprendi a ver o lado bom, o aprendizado que cada detalhe da vida carrega. Os pessimistas de plantão já estarão torcendo o bico, mas não me importo.
Apenas gostaria de compartilhar a forma como vejo o mundo, a vida, porque tudo é muito colorido e as pessoas insistem em oprimir as cores. Minha missão de vida é mostrar a beleza que existe em cada canto, gesto, olhar, acontecimento, dor. Beleza é para quem tem olhos para ver. E para ter, basta querer ter.
Outro dia me questionaram a respeito de como posso ser tão otimista sabendo que há tanto sofrimento, guerra, dor e tantas outras coisas pesadas por aí. A resposta é simples: vejo o que está por trás de tudo isso, não apenas o acontecimento em si. É apenas um ponto de vista, o meu. Existem milhares de outros e respeito todos. Opto por uma visão espiritual e colorida, sempre. Acredito, com toda certeza, que nada acontece por acaso. Vou tentar explicar melhor: acredito numa trama invisível e perfeita da vida, onde todos somos cocriadores de nossa própria realidade, regidos por uma Força maior, ou seja, todos somos Um. Apesar disso, muitas são as sintonias, vibrações e linguagens de almas existentes. Cada um vibra exatamente com aquilo que quer, consciente ou inconscientemente. Isso diz muito sobre autorresponsabilidade, mas fica para outro texto. Em resumo, toda essa trama acontece e invade a todos nós, de uma forma ou de outra, em maior ou menor escala, depende muito de escolhas pessoais. Óbvio que existem todas essas coisas pesadas, mas talvez a questão principal a respeito é: como eu posso ser melhor para, então, melhorar o mundo? Percebe?
Será que realmente adianta brigar, fazer textão de revolta em rede social sobre a crise de nosso país; criticar a direita, a esquerda, o centro; meditar, mas não cumprimentar as pessoas; assistir a uma missa, mas julgar sua própria família; estudar livros sagrados e profanar a fé do outro; adotar cachorros para parecer gente boa, mas bater no bicho no primeiro xixi que fizer em seu sofá novo; saber tudo de tecnologia, mas não desgrudar do celular para falar com as pessoas olhando nos olhos; postar uma vida feliz, mas chorar por dentro de solidão; querer cuidar dos outros, quando na verdade você não cuida nem de si mesmo?
Dói ler isso, entendo. Talvez porque nós, seres humanos, temos o péssimo hábito de sermos hipócritas, de nos acharmos perfeitos e listarmos tudo o que o outro precisa melhorar. Será que a vida, aqui nesse mundo, existe para ser perfeita? O que é perfeição para você? Para mim, a vida é perfeita justamente por conta de todas as suas imperfeições. A minha paz reside onde justamente não vejo o perfeito, mas sinto fluir vida. Compreende?
No mais, não acredito que seja possível terminar com a violência do mundo sem que cada um cuide de suas próprias sombras. Tão pouco acho possível erradicar a fome, sem que antes cada um alimente sua própria alma. Como são movimentos que já acontecem, óbvio que tudo que puder ser feito para minimizar situações como essas deve ser feito. Estamos falando de salvar vidas. O que quero dizer é que tudo isso se torna paliativo se a causa central realmente não passar por cura.
Devem haver outras formas, claro. Eu só consigo pensar na oportunidade bonita que qualquer acontecimento nos dá de crescer, aprender, transmutar. Na chance amorosa que temos todos os dias de sermos melhores para nós mesmo para sermos melhores para o mundo. Partindo do princípio de que todos somos Um, quanto mais gente se cuidar, mais estaremos cuidando também do mundo. Transformar, mudar, radicalizar, talvez comece dentro de você, e em silêncio.
Para você que leu até aqui, pouco importa se gostou ou não. Ficarei feliz apenas com a possibilidade de tê-lo feito pensar.
Desejo todas as cores a todos os olhos. Luz para os caminhos, serenidade para os corações, força para a autodescoberta. Que a vida é preciosa demais, meus caros. Todos temos o livre arbítrio das escolhas e a responsabilidade, intransferível, por suas consequências. Sentimentos, cores e formas de ver a vida, também são escolhas. Como vão as suas?
É isso e é só!
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