Começou com o bichinho do “E se?” insinuando-se em uma realidade: somos um grupo de especialistas (mestres, doutores, pesquisadores, professores) em tantas áreas, com tanto conhecimento. E se a gente se juntasse para fazer alguma coisa?
Pronto, foi o que bastou. Paradoxalmente, aliás, foi a pequena Carla que, olhando mais longe, conseguiu enxergar essa bela possibilidade.
Surgiu a ideia de uma revista eletrônica em que pudéssemos expressar nossas ideias, nossas pesquisas, nossas opiniões. Um local de convívio, de troca de experiências, de confraria, em que todos fossem bem-vindos, e nenhuma ideia apresentada passasse sem ser considerada.
Desse conceito inicial veio a notícia de que criar um site não era “ciência de foguete” (em meio a tantos títulos de doutorado, esse ignoramus que vos fala tinha que servir para alguma coisa, não é verdade?). Logo em seguida, o nome nasceu: Confrariando. Um lugar para confrarias, de tolos ou de quem quer que fosse.
O projeto sofreu o equivalente a uma mudança de segunda para quinta marcha quando alguns dias depois o protótipo do site estava no ar, com nome registrado e tudo. Isso tirou o Confrariando do campo das ideias e o trouxe para o mundo concreto, ainda que sob a forma diáfana de um site na Internet. Assembleias, discussões, sugestões de valores, visão, missão, tudo isso ocorreu com a certeza de que algo de muito bacana estava nascendo. Do lado do site, perfis foram criados, páginas de apresentação, fotos e logos. Artigos foram escritos, discutidos, curados. Sim, curados. Porque esse é um diferencial importante do Confrariando: quaisquer ideias são passíveis de discussão, e vão para a página somente aquelas que passam pelo crivo de um grupo que, em sua atuação profissional, tem a responsabilidade de arbitrar sobre a qualidade e a adequação de material acadêmico.
Foi então que, no dia 11 de agosto de 2016, durante um almoço em um restaurante em Valinhos, inauguramos o Confrariando. Naquele primeiro número, foram publicados onze artigos, três dos quais marcando o acontecimento, e os demais já versando sobre diversos assuntos.
Desde então, muita água rolou, muitos assuntos diferentes foram tratados, envolvendo Cultura, Educação, Cinema, Literatura, Música, História, Política, Marketing, e no campo da ficção/poesia/fluxo de consciência, as belíssimas crônicas da Dani. A cada semana uma batelada de novos textos, com alguns autores mais frequentes, outros mais ariscos. Em comum, a qualidade dos textos, a coerência dos pensamentos, o embasamento em dados, artigos e obras publicadas. E muita diversidade: ideias diferentes — não poucas vezes contrapostas —, discutidas de maneira sóbria, mas sempre aceitas por seus méritos (e nunca rejeitadas por meras convicções ideológicas). Assim somos, assim queremos continuar sendo.
Em última instância, somos partidários de Voltaire, na frase a ele atribuída pela escritora Elvelyn Beatrice (em tradução livre):
“Eu desaprovo o que você diz, mas defenderei até a morte o seu direito de o dizer.”
Afinal de contas, conviver com ideias diferentes é a essência da Diversidade, e esse é um dos valores que nos é mais caro.
Ao longo desse primeiro ano, alguns de nós decidiram trilhar caminhos diferentes, outros vieram e foram, periodicamente, ao sabor da maré que a vida dita. Outros ainda, chegaram depois e ficaram. E, estamos certos de que muitos outros vão chegar, uma vez que nossas portas e nossos braços estão sempre abertos. Ah, e como não mencionar você, leitor, leitora, que seja nos comentários dos artigos, seja nos posts das redes sociais, sempre nos brinda com sua presença, com suas opiniões, com seu carinho. Mesmo quando você não gosta, ou discorda, ou mesmo fica bravo no lugar de argumentar, nós te agradecemos, pois sabemos que seu tempo é escasso, e que é muito significativo o fato de você tirar tempo de sua congestionada agenda para falar com a gente. De coração: obrigado.
Assim seguimos ao longo desses primeiros 365 dias, e nesse primeiro aniversário enxergamos o Confrariando com os olhos de pais orgulhosos no primeiro aniversário do filho.
Chegamos aqui, também, como a própria criança de um ano: com a mesma energia, a mesma capacidade de nos maravilhar com todo esse processo doido chamado vida rolando ao nosso redor, o mesmo entusiasmo por cada nova possibilidade que se descortina em nossa frente. Falar sobre tal ou qual assunto? Uau, que bacana! Criar e produzir um podcast? Puxa, que legal! Criar uma fanpage no Facebook para atingir mais gente? Claro que é uma excelente ideia!
Também olhamos para nossas pequenas ações de criança de um ano com o mesmo otimismo insano de uma criança de um ano. Um otimismo que ultrapassa a barreira do que é realista e deve ser mais precisamente tachado de “Quixotesco”, a bem da verdade. A cada artigo publicado esperamos pela repercussão comportando-nos como quem atira uma pena ao fundo de um vale imenso e fica avidamente esperando para ouvir o eco.
Mas olha um fato interessante sobre as quixotescamente otimistas crianças de um ano: aquelas que crescem mantendo o entusiasmo, são justamente as que terão mais chances de provocar mudanças reais em seu entorno. São elas que movimentarão algum ponto relevante do campo do devaneio para cá, para nossa realidade concreta. Afinal de contas, impérios foram erguidos e continentes foram descobertos por sonhadores insanos que decidiram por sua insanidade em prática.
Assim vamos caminhando, quixotescamente encarando nossos desafios e a estrada à nossa frente. Nossos moinhos de vento? São você, caros leitores. Nós os vemos não como números, como estatísticas, como “geradores de cliques”. Não, jamais. Vocês são nossos dragões, e ao invés do combate, sua presença nos chama ao trabalho de encantá-los, de provocá-los, de convidá-los a pensar de formas diferentes, sob ângulos diferentes, sobre assuntos que consideramos interessantes e que talvez estejam fora de seu radar.
Nosso objetivo, é importante frisar, não termina aí. Só ficamos de fato satisfeitos quando a comunicação é bidirecional, isto é, quando você reage e nos conta um pouco de como pensa e/ou sente acerca de nossos artigos. É esse feedback que realmente nos alimenta a alma e nos incentiva a continuar a cada semana que passa. E é por essa interação, por esse convívio que você nos permite, cara leitora, caro leitor, que somos imensamente gratos a você.
Nesse primeiro aniversário do Confrariando, somos imensamente gratos por criarmos essa publicação pequena e humilde, mas insanamente otimista. Porém, somos mais gratos ainda por você nos agraciar com sua presença e participação a cada semana que passa.
Feliz aniversário, Confrariando. Que a cada um dos próximos essa nossa confraria possa crescer, juntamente com o entusiasmo que nos move a todos.
Foi a "pequena" Carla que fez tudo isso? Como vcs juntaram-se? Quem teve a primeira ideia? Quem faz a pauta da semana, todos mesmo? Não há discórdia, brigas, é só amor? :) Tô querendo saber demais, me meter na pauta, quero briga! kkkkk Ruy, vc, ignoramus? Exagerou, mas está melhor do que ignoramus et ignorabimus, que é, ±, não sabemos e não saberemos! Ora, buscamos o conhecimento, já está valendo, e muito! Sobre visão e missão. Identifico a visão, mas qual a missão do Confrariando? Facebook? Sei não. É para os fracos, apressados, sim, nem sempre, mas só acho que quem tem tempo para "perder" passa aqui, dá uma olhada, ouve um pouco o pod (nunca ouvi um completo, sempre me dá sono kkkkk), reflete e se não curtiu, segue. Eu tô um pouco, muito, cheio de toda essa liquidez, pensando no conceito do Bauman. Talvez seja assim mesmo e eu que não entenda o fluir e saiba nadá-lo, mas ainda acho que é necessário parar, é parar mesmo. Olhar, sentir, perder-se, calar, agradecer. A quem? Ao mistério, à vida. Como alguém olha uma borboleta e diz, "normal"??? Emfim, eu ainda chego lá, por enquanto sou um ignoramus plus!!! Tamu junto! Agora, vai ter festa mesmo? Bolo? Kd foto de todos juntos? Kd a pequena Carla no alto do banquinho soprando a vela de um ano??? Ainda vou lá ler o Saber Ser da Daniela, o pode depois se não durmo no trabalho. HUAHUAHUA Ri alto! Não me xingue! Abs e obrigado pelos textos. Ah! E não, não cura a coceira, às vezes, piora!!!
Oi Jaylei. A ideia foi da Carla, sim, que viu um monte de gente de diferentes áreas aqui na Kroton (a maioria de nós trabalha junto, no mesmo salão da área Acadêmica da empresa, aqui em Valinhos), e lançou o "e se" para a gente. Eu, que só presto para escovar bit e dar palpite no que não entendo, implantei o site. A pauta é de todos: cada um escreve o que quer, mas todos os textos passam por curadoria dos demais. A Missão (junto com a Visão e com os Valores) do Confrariando estão ali em cima, na aba "Identidade" do menu. Clica lá que você vê. Não, a gente se gosta demais para perder tempo brigando. Já temos brigas demais no dia-a-dia, e o Confrariando é nosso refúgio. De vez em quando discordamos da opinIão um do outro, o que aparece nas curas que fazemos dos textos antes de irem para o site. Mas nada que dê pau. O Facebook é uma maneira de tentarmos atingir mais gente, pois no fundo queremos comprar a Time Warner, a CNN, O New Yorker, o Der Spiegel, o Asahi Shimbum e a revista Sétimo Céu. Só conseguiremos levar a cabo nosso plano nefasto quando todo muno estiver lendo e comentando o Confrariando. O Facebook ajuda nessa divulgação. Mas ainda é cedo: estamos lá só há 3 semanas. Festa? Bem, o aniversário de verdade é hoje (11 de agosto), e estamos quase saindo para um almoço com o pessoal, num restaurante bacana que tem aqui perto. Por fim, sobre curar a coceira mental diária, é propaganda enganosa, com certeza, como todo slogan. Mais uma vez, muito obrigado pelo carinho!
Parabéns!!! Amo seus textos.Muitas vezes leio, releio, algumas não entendo.....mas continuo lendo sempre. Kkkkk
Muito obrigado pelo imenso carinho, Ana! Um super fim de semana procê e prá família!