Por algum motivo ainda desconhecido de minhas entranhas mais profundas, ainda não compreendo a vontade alheia de sermos aquilo que não somos. Veja, se há toda uma predestinação ao que vim fazer aqui, que somente eu mesma tive livre acesso de escolha, inclusive, e que é justamente aquilo que faz a trilha da minha própria evolução, o que ou quem é o outro para achar que pode me delimitar? Isso é irritante, para não dizer ultrajante!
Eu decido, eu escolho, eu caminho. Eu vim só e voltarei só. Os relacionamentos acontecem nesse meio de vir e ir, e são essenciais, mas que fique muito bem explicado: a existência é única e exclusiva de cada um. Tão simples e acalentador para uns; tão perturbador para outros. Realmente não me importa.
Farei o que vim fazer. Serei o que sou. Trilharei meu chão, escolherei meu plantio, colherei exatamente o que plantar. São meus pés para caminhar, são minhas mãos para colher. Como ousa achar que sabe algo sobre mim que eu mesma não saiba? Como ousa focar em mim porque dói tanto olhar para você mesmo? Como ousa coisa tão descabida? Ouse ser você, encarar seus fantasmas, vencer a si mesmo. Quer ousadia maior e mais bonita do que viver a própria vida?
Se você leu até aqui, talvez pense que estou irritada. Ledo engano. Só estou farta. Apenas e de forma bem singela e carinhosa, farta de uma forma impacientemente autêntica. E só farta como uma preguiça a mais mesmo, não como algo que me tire o ar ou o chão. Não mais. E sabe por quê? Simplesmente porque não é problema meu. Eu constato, sinto, até me irrito, mas se não for meu, abandono à míngua. Me basto para cuidar, entender e viver. E mal me entendo, busco todo o tempo, me cuido como posso, dou meu melhor, mas vivo plenamente e dou graças.
O mais interessante disso tudo, talvez o maior barato da vida, seja o exato momento em que a gente descobre essa liberdade. Essa irresponsabilidade, totalmente legal, de não ser salvadora de nada nem de ninguém. Como isso é fabuloso! Respondo apenas pelas minhas escolhas. O que eu faço do que fazem comigo, isso sim é problema meu. O que me fizeram? Pouco importa, não importa. Eu gargalho cada vez que chego aí com todo meu coração. Porque isso me liberta, me faz dançar na sala de casa com saia rodada e música alta, faz chorar de emoção por existir e conseguir vivenciar o que sou, me faz sentir a gratidão em sua forma mais simples, pura e delicadamente sexy. Eu tenho tudo em mim. Eu danço plena de nada, só porque sou tudo o que me basta, tudo o que me ama, tudo o que desejo ser e minha gana de viver arde em meus olhos e pulsa em minhas vísceras.
Para quem acha que é brincadeira, não se engane: viver é para os corajosos; existir é para os nobres de sorrisos. Covarde em terra de Luz não tem vez, meus caros.
Amar é minha forma mais sublime e grotesca de existir num viver repleto de gozo por essência e num mar repleto do mesmo. Nado contra a correnteza, sim. É meu caminho original, ainda que irreverente, e minha salvação mais doce e louca. Eu Sou Luz, Paz e Amor.
É isso e é só.
Ótimo texto. Obrigado! Só adicionaria ao final: É isso e é só, tudo. :)
Olá, Jaylei! Gratidão por sua atenção e comentário! Um abraço!
Parabéns pelo texto! Muito bom!
Muito obrigada, Inês querida!!! Grande beijo!