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Homepage > Categorias > Crônica > Amor tem fim sim
06/06/2020  |  By Daniela Vitor In Crônica, Literatura

Amor tem fim sim

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Engana-se quem pensa que, se acabou, não era amor. Por favor, amplie e atualize seus conceitos sobre a vida e sobre amar.

O amor verdadeiro é aquele que é vivido com verdade, não importa o tempo cronológico que dure. E é a verdade de cada um. Esse conceito brega, de que amor verdadeiro é eterno, é totalmente démodé e ridículo.

O amor é uma planta. A semente é colocada na terra e cuidada todos os dias, com atenção, água, adubo, carinho. É só parar de cuidar que, inevitavelmente, morrerá. Talvez a única regra seja a de que todos os envolvidos precisam cuidar. É matemática a coisa, entende? E olha que sou puramente Humanas.

Cada caso é um caso e tem infinitas possibilidades de fim. Tem o caso em que um dos dois se perde, deixa de se amar e daí não ama mais a si mesmo nem ao outro, por exemplo. A outra parte que ainda ama, de forma mais madura por se conhecer, faz o quê? Morre? Queridos, seria um ultraje pensar que a vida dessa pessoa acabaria. O amor foi verdadeiro enquanto durou. Se no peito dessa pessoa ainda vive esse amor, ela guarda numa caixinha bem bonita e enterra no jardim da vida. E recomeça outra vida. Compreende? É uma questão de sobrevivência.

Uma vez li que você não vai, necessariamente, viver a vida toda com o amor de sua vida. Achei bizarro e hoje acho tão real. E o que seria o amor da sua vida? Quem seria? Hoje entendo que se me refiro ao outro, pode ser o amor da vida naquele momento de vida apenas. O amor da minha vida toda serei apenas eu. E acreditem, custei muito a aceitar isso.

Talvez eu tenha passado por dois casamentos para vir aqui, nesse momento, e desconstruir o amor romântico de uma vez. Rasgar todos os véus clichês sobre o assunto e reinventar o amor. Talvez eu sirva de inspiração para quem precise recomeçar de alguma forma. Talvez eu sirva de inspiração de como não ser, visto que amei ao outro mais do que a mim mesma (sim, esse foi meu maior erro e também minha responsabilidade). E não se engane, talvez a gente precise recomeçar muitas vezes. Eu sei que dá preguiça, desânimo, cansaço puro. Acontece que estou descobrindo que ao se amar por completo, você consegue ter a força que precisa para absolutamente qualquer coisa.

E não ouça essas positividades tóxicas que dizem que você se sente vítima da vida. É normal a gente se sentir em algumas situações e isso faz parte do processo de crescimento. Sinta o que quiser, no tempo e na medida em que achar necessário. A minha sugestão é apenas que você perceba o quanto de vida e alegria existe depois. Talvez esse seja um bom combustível para querer sair logo disso. Eu não sei de nada e não creio em verdades absolutas. Sou um ser em constante evolução, aberta a aprender e crescer, que necessita escrever as verdades que gritam, insistentemente, dentro do peito. Ou escrevo ou elas não param de gritar e fico surda para a vida. Melhor escrever.

Escrevo do lugar de quem sonhava em ficar com uma pessoa pelo resto da vida e está desolada. Acredito que voltarei a querer amar outra pessoa um dia, mas não consigo nem pensar nisso no momento e esse é um direito que eu tenho. Sem esperanças no amor por outra pessoa, por enquanto, tenho apenas foco em me reapaixonar por mim mesma. No momento é tudo o que tenho e me basta.

À parte disso, tenho vários outros amores grandiosos, pelos quais sou imensamente grata. É muita sorte ter tanta energia e gente boa por perto, me estendendo a mão e o coração, ainda que virtualmente.

Um divórcio em meio a uma pandemia, onde sinestésica que sou não posso sequer buscar um conforto num abraço querido, tem sido um desafio muito cruel. Estou vencendo um dia de cada vez. Pode parecer dramático demais e é. Queria que fosse mais simples, mas respeito a minha dor e cansei de brigar com ela. Que pulse até cansar, pois reconheço que isso também faz parte da cura que busco.

Recomeçar é uma escolha. Não significa já estar plena, sem chorar, sorrindo, fazendo Yoga e faxinando a casa todos os dias. Para mim, significa deixar a cura começar dentro e ir me apropriando disso aos poucos, no meu ritmo. Não tem receita, cada um sabe a melhor forma para si.

Só sei que a dança da vida precisa continuar. Que volte a música e que siga o baile.

É isso e é só.

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