Nasceu Sara e se apaixonou por Eugênia. Nasceu Ricardo e se apaixonou por Leopoldo. Uma mulher que olha para outra e a vê com olhos de desejo. Um homem que olha para outro e o vê com olhos de paixão. As formas de amar são sempre bonitas e autênticas. Fabiano ama Maria. Roberta ama Lucas. Pedro ama Luiz. Cláudia e Tatiana se casaram, formaram uma linda família. João e Roberto decidiram se casar e viajar a vida toda, sem filhos. Tudo amor. A felicidade inunda cada um desses seres, é a mesma para todos.
A vida segue. Louça para lavar, filhos para cuidar, cachorro para passear, trabalho, contas a pagar, diversão, cinema, jantar fora, viagens, almoço de domingo com a família. Desafios internos, medo, ansiedade, frustração, tristeza. Mais louça para lavar, brincar com os sobrinhos, planos para o futuro, compreensão mútua, companheirismo, cumplicidade. Busca, Espiritualidade, conhecimento, informação, autoconhecimento. Colo, afago, briga, pazes, cama, desejo, sexo, amor. Café quente na cama no sábado pela manhã, torradas com manteiga derretendo, risadas, abraços, dormir mais um pouco. Fazer mercado, cuidar das coisas da casa, namorar e não querer casar. Casar e ter filhos ou não querer filhos. Crescimento individual e como casal. Adaptações mil. Vontade mútua de fazer dar certo. Sorrisos silenciosos, conversas sem fim regadas a um bom vinho. Cerveja gelada, churrasco, piscina, amigos. Vegetarianismo, curso de culinária, amigos, jantares. Natal em família, virada do ano a sós. Dúvidas, ciúmes, conversas, confiança, tranquilidade. O prazer de zelar um pelo outro. Teatro, corrida no parque logo cedo, discordar em tudo e achar graça nisso. Um que crê em tudo, outro que em nada crê, mas uma realidade gostosa que dividem. Aulas de dança, academia, dieta, lanche gordo só mais hoje, chocolate para compensar a carência que sente pelo stress e falta de atenção do outro. Noites em claro de tanto amor, ou de dor, mas juntos. Sono reparador. Perceber que o outro comeu todo seu biscoito preferido e fazer disso uma grande piada. Rir, muito e de tudo. Chorar, consolar, ser consolado. Silenciar por necessidade ou por apenas querer. Olhares que se falam, mãos que se acompanham juntas, sorrisos doces, almas companheiras, corpos que ardem em desejo. Apenas corpos que ardem em desejo, nada mais. Busca, busca. Aceitação plena, alegria de ser o que se é. Sempre haverá mais louça para lavar, não importa. Se tem louça, teve comida, teve festa, ou não.
Será que essas rotinas fazem parte da vida de Sara e Eugênia? Fabiano e Maria? Pedro e Luiz? Ou seria de Cláudia e Tatiana? Também poderia ser de Afonso e José. De qualquer forma não deixam de ser rotinas, não é mesmo? Pela rotina descrita é possível diferenciar de que casal estamos falando? Se não é possível diferenciar a forma de rotina, o que justificaria querer diferenciar a forma de amor? Importa quem ama quem? Importa a forma de amar? Óbvio que não. Porque amor é amor e ponto final. Se você respondeu que importa, sugiro que vá se tratar. Preconceito é doença. Homofobia é crime.
O amor? Ah, o amor é liberdade, força, leveza! Amor jamais será doença, meus caros. Amor é cura, sempre será. Governo, família, religião, absolutamente ninguém tem o direito de decretar o que é o amor. Viva toda forma de amor! Viva o amor que pulsa, porque amor é amor e sempre será.
É isso e é só.
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